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Mudanças Climáticas

Tempestades severas devem aumentar até 30% em SP e RJ na próxima década

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Segundo especialistas em eletricidade atmosférica do INPE, alta incidência de raios em janeiro na capital paulista já é sintoma do agravamento desse tipo de evento.

Os temporais intensos registrados nas últimas semanas na cidade de São Paulo, eventos que vêm matando mais pessoas e causando mais transtornos na capital paulista, vieram para ficar. Segundo cientistas do INPE, a frequência de tempestades classificadas como severas, com alta carga de raios e ventos fortes, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, tende a crescer entre 20% e 30% de 2025 a 2034, na comparação com os dez anos anteriores.

Segundo os especialistas em eletricidade atmosférica do Instituto, a alta incidência de raios em janeiro na capital paulista já é um sintoma de um agravamento desse tipo de evento, informam O Globo e Olhar Digital. Para os pesquisadores, o fenômeno é impulsionado pelas mudanças climáticas e pela intensidade do El Niño – o superaquecimento das águas do Pacífico – que atuou sobre o clima do planeta até meados do ano passado.

De acordo com Osmar Pinto Jr., cientista do INPE que coordenou a pesquisa, mesmo levando-se em conta a margem de erro e a variabilidade dos modelos matemáticos usados no levantamento, é virtualmente certo que as tempestades severas vão aumentar. "Todos os nove modelos apontam aumento na frequência de tempestades severas, ainda que o tamanho do aumento projetado varie entre um modelo e outro", explica o cientista.

O ano de 2024 ficou marcado pelo recorde da temperatura média global, que superou o limite de 1,5°C sobre os níveis pré-industriais estabelecido no Acordo de Paris, e houve anomalias também no regime de chuvas no mundo. Segundo a Folha, as precipitações foram acima da média e com distribuição irregular, castigando desproporcionalmente regiões como o sul da Ásia e a Austrália.

Segundo um relatório elaborado com dados preliminares da precipitação na Terra no ano passado, o planeta teve 2,9 mm de chuva por dia, em média – um aumento de 0,09 mm por dia em relação ao intervalo de 1983 a 2023 (2,81 mm). Os cientistas do Centro Interdisciplinar de Ciências do Sistema da Terra, da Universidade de Maryland, responsáveis pelo estudo, apontam que o número é um provável recorde. Quando considerada apenas a precipitação sobre as porções de terra, excluindo-se os oceanos, o aumento foi um pouco maior, de 0,1 mm por dia na média global.

Enquanto partes do oceano Índico, do sul da Ásia, do oeste do Pacífico e da Austrália ficaram mais úmidas do que o normal, a América do Sul esteve mais seca. Especialmente a Amazônia, que sofreu uma estiagem prolongada.

"Vemos a temperatura do Pacífico aumentar durante o El Niño e diminuir durante o La Niña. Mas, ao fundo, há um aumento gradual da temperatura, que é resultado das mudanças climáticas. Essa variabilidade natural está sendo intensificada pelo aquecimento global", diz José Marengo, climatologista e coordenador de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), que não participou do estudo.


Disponível em: <https://climainfo.org.br/2025/02/12/tempestades-severas-devem-aumentar-ate-30-em-sp-e-rj-na-proxima-decada/>. Acesso em: 12 de fev. de 2025.


ALESSANDRO A. ROMANO, especialista em Proteção e Defesa Civil, Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, MBA Gestão em Segurança Pública, Radioamador PY2OCZ, Membro fundador do GOER, Grupo de Operações de Emergências de Radiocomunicações de Osvaldo Cruz e instrutor da Help Life Treinamentos.

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