Acompanhei algumas discussões e pude também entrevistar a ministra da Cultura, Margareth Menezes, sobre os desafios da pasta atualmente, principalmente, com as mudanças tecnológicas que também estão influenciando os modos de lidar com a cultura, e pude perceber a atenção que o tema tem recebido do ministério.
“O fazer digital foi fundamental para que artistas continuassem desenvolvendo seu trabalho no período da pandemia e, por isso, ganhou espaços durante às pré-conferências. Eu mesma participei pessoalmente desta discussão”, relatou a ministra.
Outros pontos como a descentralização da cultura e uma maior nacionalização territorial da mesma também foram destacados pela ministra.
“Vivemos em um país continental, e é importante que o acesso chegue em todos os cantos deste enorme país. E faremos isso por meio de comitês de cultura, que serão abertos em convênios com universidades e, assim, chegaremos a todos os lugares. Hoje, ainda há uma grande concentração de investimentos em uma ou duas regiões do nosso país. Estamos trabalhando para mudar isso”, acrescentou a ministra.
Estive há dez anos na abertura da 3ª Conferência de Cultura, e pude notar desta vez uma maior presença indígena, jovem e de outras representações mais diversas da sociedade, uma demonstração clara de um país mais socialmente conectado, exigente e crítico, que também tem se tornado mais participativo em sua diversidade.
A 4ª Conferência Nacional de Cultura entregou muito mais do que as outras neste quesito. Que este exemplo seja seguido por outras áreas da sociedade, como o mundo corporativo e até mesmo o mundo político, carentes de uma maior diversidade.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Maurício Pestana: cultura e diversidade no site CNN Brasil.
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