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G1 Prudente

A vida como ela não é

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Vamos pensar em uma situação conhecida: você está em um bar e o grupo da mesa ao lado tira uma foto. Todos muito sorridentes. Você observa também que há um casal em outra mesa que fica mais próximo e busca o melhor ângulo para a foto.

Entretanto, algo comum nessas cenas é que, após a foto, o sorriso se desvanece, cada um volta para o seu celular, e a interação, que deveria ser olho no olho, se transforma em uma conexão com a tela. Curiosamente, há mais urgência em postar nas redes sociais do que se conectar com as pessoas ao redor.

A exposição constante de imagens nas redes sociais, que demonstram vidas aparentemente perfeitas, tem provocado efeitos colaterais e interferido na saúde mental de muitas pessoas. Sentimentos de inadequação, ansiedade e baixa autoestima são alguns dos resultados, pois interpretamos que a vida do outro é melhor que a nossa. Isso é consequência da comparação social que, na maioria das vezes, é sempre prejudicial.

Ao ver fotos de amigos ou celebridades em lugares belíssimos, viagens com cenários deslumbrantes, corpos perfeitos ou até mesmo um clima de romance, começamos a considerar que a vida dos outros é mais atraente. Além disso, o uso excessivo dos filtros, que escondem as imperfeições da idade, seja no rosto ou no corpo, alimenta ainda mais a percepção de uma realidade distorcida. As imagens são recortes, muitas vezes editados e retocados, com o objetivo de parecerem mais atraentes, demonstrando como gostaríamos de ser vistos. É preciso que as pessoas aplaudam, através dos likes, e testemunhem nossa felicidade. Na era digital nunca foi tão fácil criar uma imagem positiva.

Entretanto, não comemos sempre aquele prato que fotografamos no restaurante; não estamos sempre motivados na atividade física, satisfeitos em nosso ambiente de trabalho ou em nossa vida afetiva. Aliás, aqui, há muitos casais que só demonstram cumplicidade na hora do clique, mas no dia a dia, a parceria se revela em preto e branco.

Embora as redes sociais possam parecer uma representação fiel da nossa existência, na prática não é bem assim. O que vemos online é apenas uma fração de uma realidade, muitas vezes editada. As imperfeições e desafios são inerentes à experiência de viver. A vida real é cheia de altos e baixos. Nem sempre estamos bem. E quanto a isso, está tudo bem! É natural sentirmos cansaço, tristeza e até mesmo, em alguns momentos, insatisfeitos com a própria vida. Assim como, em outros momentos, estamos felizes.

Na vida real, é necessário que os filtros e edições tenham prazo de validade. Há um momento em que, pelo próprio bem-estar emocional e mental, precisamos refletir sobre essa busca de validação e reconhecimento, pois pode gerar uma dependência das redes.

O registro das experiências através das fotos é uma maneira de guardar memórias de momentos especiais. Porém, isso deve ser feito de maneira equilibrada e saudável, sem deixar de viver as experiências com plenitude no momento presente. Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga

Fonte: G1 Prudente

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