
O episódio mais recente da disputa por territórios entre criminosos se dá desde segunda-feira (23), após a milícia paralisar a cidade do Rio de Janeiro com 35 ônibus e um trem incendiados como represália pela morte de Matheus da Silva Rezende, miliciano, apelidado de “Senhor da Guerra”, denunciado pelo MP no mês passado por encomendar a morte de outro miliciano e sobrinho do miliciano Zinho.
De acordo com os documentos obtidos pela CNN, a Polícia Militar do Rio começou a perceber em 2020 uma disputa por territórios entre o antigo chefe da milícia que atua na maior parte da zona oeste, Wellington da Silva Braga, o Ecko, e o miliciano Tandera.
No ano seguinte, após a morte de Ecko, os grupos de Zinho e Tandera passaram a se enfrentar: o primeiro controla a zona oeste da capital fluminense; o segundo atua em cidades da Baixada, como Nova Iguaçu.
Um informe de setembro daquele ano menciona cinco vans e um posto de gasolina incendiados, além de um policial militar morto, como “consequência da disputa pelo controle das comunidades” da zona oeste do Rio.
Em fevereiro de 2022, outro informe da Polícia Militar menciona a execução de um miliciano do grupo de Tandera “com mais de 100 tiros”.
Desde então, com o ápice neste 2023, o conflito e a disputa por territórios se agravou: tiroteios na zona oeste cresceram 54% em relação a 2022, e as mortes subiram 123% no comparativo com 2022, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado.
Nesse cenário de disputa por territórios entre milicianos, o tráfico de drogas atua para conquistar espaço na zona oeste: investigadores indicaram à CNN que Abelha, traficante na lista dos mais procurados do estado, tem orientado ações em trechos da região para se aproveitar da briga entre os “bondes” de milicianos.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Homicídio com 100 tiros, guerra desde 2020: o que a polícia sabe dos principais milicianos do Rio no site CNN Brasil.
Fonte: CNN Brasil