
Pode parecer estranho, ou sem importância, a mudança ou substituição de algumas palavras para a linguagem neutra, mas isso tem causado grandes discussões entre defensores da linguagem neutra e setores mais conservadores da academia, que não veem uma defesa legal com bases acadêmicas para tal mudança.
Em 2021, o debate chegou a instâncias governamentais e a antiga Secretaria de Cultura, hoje Ministério da Cultura, publicou uma portaria, na época, proibindo o uso da linguagem neutra em projetos financiados pela Lei Rouanet, impedindo que obras que recebessem o incentivo da lei utilizem “elu”, “amigue”, “namorade”, por exemplo, que fazem parte da chamada linguagem de gênero neutro ou não binária.
Atentos a essa preocupação da linguagem como forma de inclusão ou exclusão, o Fórum Brasil Diverso 2023, que acontece nos dias 17 e 18 de novembro próximo, irá trazer, em uma de suas sessões um das maiores especialistas do tema no momento, Pri Bertucci, CEO da Diversitybbox e fundador do Instituto SSEX BBOX, que palestrará sobe o tema "Comunicação Inclusiva nos Negócios" – como comunicar sua marca de forma mais inclusiva.
A experiência de algumas décadas, trabalhando em várias frentes pela inclusão racial de pessoas negras no Brasil, tem me feito confrontar com temas e situações polêmicas e espinhosas como, por exemplo, no início deste século minha defesa incondicional das cotas raciais nas universidades brasileiras, porém, o tema da linguagem neutra parece desses assuntos que já estão e renderão debates calorosos entre todos, todas e todes e não tem como ficar fora das discussões, que mexem com o dia a dia de como nos expressamos ou passaremos a nos expressar.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Maurício Pestana: diversidade e inclusão por meio da linguagem neutra no site CNN Brasil.
Fonte: CNN Brasil