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Desigualdade

Maurício Pestana: quando a educação se torna fonte de desigualdades

A história, que se repete.

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Foto: Reprodução internet

Estamos falando da educação brasileira destinada, em sua maioria, para preto e pobre. Isso porque os dados do Censo Escolar de 2022 demostram que 77,5% dos alunos matriculados no ensino fundamental são negros, embora, no ensino médio, a presença de negros diminua, pois muitas crianças negras deixam a escola para irem trabalhar, dando um maior equilíbrio na diversidade racial deste ciclo, formada em sua maioria por negros e brancos pobres, diversificando a tragédia.

Mas, voltando ao Pisa, quando o foco é direcionado às escolas particulares, nosso país cresce e fica ao lado das grandes economias globais, os números impressionam: alunos das escolas privadas fizeram 500 pontos em leitura (compreensão de texto, interpretação, conclusões). Ficamos colocados na 11ª posição, acima da média dos países ricos da OCDE e muito à frente de nações como Reino Unido, Finlândia, Alemanha e até da França.

Comparando aos países da América Latina, então, damos um banho. Nossos alunos das escolas privadas estão anos-luz à frente dos “hermanos”, mas tem um detalhe: menos de 10% de todos os alunos das 20 melhores escolas privadas do Brasil são negros, aponta um levantamento do Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa), da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), com base no Censo Escolar de 2020. Ou seja, educação no Brasil é parte significativa do nosso apartheid social, econômico e educacional.

E como mudar o “quadro negro” da educação deste país, dos 56% da população autodeclarada negra e quase excluída de uma educação de qualidade? Como transplantar a educação de excelência das escolas particulares, com seus 90% de alunos brancos, para as escolas públicas, de maioria preta e pobre, administradas pelo poder público e com um nível de ensino desastroso, como mostram os dados?

Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, que tem mobilizado vários setores, comprometidos em deixar um país mais decente. Neste contexto, vamos encontrar projetos interessantes do terceiro setor, do setor público e também do setor privado, empenhados em tirar o país deste vergonhoso lugar, já denominado como apagão educacional.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Maurício Pestana: quando a educação se torna fonte de desigualdades no site CNN Brasil.

Fonte: CNN Brasil

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