
Criada no final de 2023, a Divisão de Climatologia Amadora do Grupo de Operações de Emergências de Radiocomunicações – GOER OSVALDO CRUZ, sob a orientação do membro fundador Alessandro Romano, começou a mapear diariamente os principais parâmetros do tempo do município, tais como, temperatura mínima e máxima, umidade relativa do ar em várias horas do dia, volume de chuvas, pressão atmosférica, velocidade e rajadas de vento, dentre outras.
Diariamente, todos os parâmetros são lançados em uma planilha que automaticamente realiza diversos cálculos gerando outros parâmetros de interesse, tudo devidamente registrado com objetivo de catalogar os dados e entender as variações do tempo no município.
Como citado acima, um dos principais parâmetros acompanhados pelo GOER é a medição e o registro das chuvas no município de Osvaldo Cruz, tanto no perímetro urbano como na área rural. Esses dados são essenciais para o planejamento urbano, a agricultura, a gestão ambiental e a prevenção de desastres naturais.
Através dos registros pluviométricos, é possível entender os padrões climáticos do município, prever eventos extremos e tomar decisões estratégicas que impactam diretamente a segurança e o bem-estar da população.
Saúde Pública.
O monitoramento do clima é essencial para a saúde pública, pois permite prever e mitigar os impactos de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, frio intenso e períodos de alta umidade, que podem agravar doenças respiratórias, cardiovasculares e infecciosas. Além disso, a vigilância climática auxilia no controle de surtos de doenças transmitidas por vetores, como dengue, malária e zika, cuja incidência está diretamente relacionada a fatores como temperatura e índice pluviométrico. Com dados precisos, autoridades de saúde podem planejar campanhas de prevenção, alertar a população sobre riscos iminentes e reforçar a estrutura hospitalar em períodos críticos, garantindo maior proteção e bem-estar para a sociedade.
Prevenção de Desastres Naturais
Os dados pluviométricos ajudam na identificação de períodos de chuvas intensas que podem causar enchentes, deslizamentos de terra e alagamentos. Com registros históricos, órgãos municipais podem planejar medidas preventivas, como o fortalecimento da infraestrutura de drenagem, a definição de áreas de risco e a criação de alertas para a população em casos de precipitação acima da média.
Gestão de Recursos Hídricos
O monitoramento da chuva é fundamental para o gerenciamento dos recursos hídricos. Ele auxilia na administração de reservatórios, no controle da captação de água para abastecimento e na definição de políticas de uso sustentável, garantindo que o município tenha reservas suficientes em períodos de seca.
Agricultura e Economia
A agricultura depende diretamente das condições climáticas, e os registros pluviométricos permitem que agricultores planejem melhor o plantio e a colheita, reduzindo prejuízos causados por períodos de estiagem ou chuvas excessivas. Além disso, setores econômicos que dependem do clima, como a geração de energia hidrelétrica e o turismo, podem se beneficiar desses dados para otimizar suas atividades.
Planejamento Urbano e Infraestrutura
A construção de obras públicas, como estradas, pontes e sistemas de escoamento, deve levar em consideração os índices pluviométricos para evitar erosões, enchentes e outros problemas estruturais. Um planejamento bem elaborado, baseado em dados confiáveis, reduz custos com reparos e aumenta a durabilidade das construções.
Conclusão
Manter registros do tempo, e em especial os registros pluviométricos atualizados e acessíveis é uma estratégia essencial para o desenvolvimento sustentável e seguro de um município. Além de garantir a proteção da população contra fenômenos climáticos extremos, esses dados contribuem para o uso responsável da água, o fortalecimento da economia e a melhoria da infraestrutura urbana. Portanto, investir no monitoramento do tempo é um passo fundamental para a resiliência e o progresso de qualquer cidade.
Por outro lado, o gestor que ignora os dados de monitoramento climático assume uma postura negligente que pode resultar em graves consequências para a população e o meio ambiente. A falta de consideração por essas informações compromete a prevenção de desastres naturais, aumentando os riscos de enchentes, deslizamentos e secas prolongadas, que impactam diretamente a segurança e a qualidade de vida da sociedade. Além disso, a inação diante de alertas climáticos pode sobrecarregar serviços públicos, como saúde e infraestrutura, gerando custos elevados e dificultando a recuperação de áreas afetadas. Portanto, é dever dos gestores utilizar os dados climáticos de forma responsável, implementando políticas eficazes para reduzir danos e promover o desenvolvimento sustentável.
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ALESSANDRO A. ROMANO, especialista em Proteção e Defesa Civil, Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, MBA Gestão em Segurança Pública, Radioamador PY2OCZ, Membro fundador do GOER, Grupo de Operações de Emergências de Radiocomunicações de Osvaldo Cruz e instrutor da Help Life Treinamentos.